A maioria das pessoas se sente presa de mil maneiras diferentes. No entanto, frequentemente, essa sensação de aprisionamento nos leva a abaixar a cabeça e a seguir o que se espera de nós. Muitas vezes, não conseguimos enxergar a armadilha, especialmente quando o resultado parece ser fruto das nossas próprias escolhas. Mas, afinal, essas escolhas foram realmente nossas? E se algumas decisões que tomamos na vida nunca tivessem sido verdadeiramente nossas?
Gostaria de nos levar de volta a um tempo em que éramos mais jovens, quando dependíamos da sabedoria de nossos anciãos e de aqueles que viviam nesta vida há muito mais tempo do que nós.
A desobediência – seja na infância, na adolescência ou na vida adulta, tanto no trabalho quanto em casa – é um ato que gera sofrimento invisível. Aprendemos a sobreviver nesse ciclo repetido, em que nossos anciãos nos instruem a sermos "bons". Ao tentarmos ser bons e obedientes, podemos criar uma vida que se aproxima desse comando, mas que nos afasta do nosso Eu Original. Trabalhamos arduamente para agradar, tentando nos encaixar no molde que foi criado para nós, mas isso apenas contribui para a construção de uma vida na chamada Sala de Espera.
Contudo, o tempo na Sala de Espera não precisa ser eterno. Você não precisa morrer dentro dela. Existem partes de você que podem gerar uma vida digna de sua existência humana, lugares que não carregam vergonha.
Enquanto estivermos vivos, criar uma vida que se alinha aos desejos de nossos cuidadores e protetores pode nos cegar para a vida que realmente poderíamos escolher. Essa vida permanece oculta, mesmo que pensemos que conhecemos nossos próprios desejos. Muitas vezes, somente após enfrentarmos perdas trágicas ou invisíveis começamos a questionar essas escolhas. O que ouso afirmar é que esses momentos são oportunidades para romper com o ciclo de ser "bom".
É hora de interromper nossa transmissão regular. É tempo de clareza sobre o que tentamos comunicar às pessoas em nossas vidas. Isso começa ao deixarmos de nos encaixar tanto no molde que nos foi imposto. Não importa quantos anos tenhamos, sempre podemos romper essas barreiras e alinhar nossas escolhas com nossos verdadeiros valores e desejos.
Reconheço que essa não é uma tarefa fácil. No cerne da vida utilizei uma prática simples para ajudar-me a reconectar com meu Eu Original. Essa prática é chamada de empilhamento mental.
O que é empilhamento mental?
Empilhamento Mental é a habilidade de organizar intencionalmente seus pensamentos em camadas, substituindo o pensamento inconsciente, baseado na sobrevivência, por pensamentos fundamentados na sabedoria. Ao fazer isso, esses pensamentos sábios podem ser mais facilmente transformados em ações na vida real. Essa prática de empilhamento permite que você acesse seu verdadeiro e autêntico eu (seu Eu Original) e confie a ele o controle sobre sua vida. Aqui está como uma pilha básica se apresenta:
1. A Limpeza: Transcreva os pensamentos inconscientes automáticos que você tem, baseados em rotinas. Anote-os sem parar até sentir que terminou.
2. O Padrão: Subtraia da primeira camada os pensamentos de medo e dúvida. Após escrever tudo o que está sentindo e pensando, leia em voz alta e encontre uma ou duas frases que provêm de um lugar de medo ou dúvida.
3. A Reformulação: Escreva a camada de pensamento conscientemente reformulada. Pegue essa frase e reformule-a.
4. O Plug-in: Traduza o pensamento reformulado em uma ação. Após ter esse pensamento reformulado, identifique uma ação de baixo risco que você pode tomar, resultante desse novo pensamento. Essa ação pode ser uma oportunidade para se expressar.
A sua pilha mental o guiará em direção a uma próxima etapa específica, que nem sempre é fácil de enxergar sem o suporte de cada camada anterior na pilha. Cada etapa é fundamental para ajudá-lo a se reconectar com seu Eu Original e a trilhar um caminho mais autêntico e alinhado com seus verdadeiros desejos.
Um brinde a um grande novo capítulo pela frente,
Cris Litholdo
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